22/12/2011

Caixa de Pandora

Minhas obsessivas observações, análises e contemplações do mundo interior permitiram que tivesse acesso a um tesouro oculto. Para todas as respostas a todos as questões mais importantes e decisivas de sua vida, como já mencionado anteriormente de forma implícita no texto o Mestre dos Sentidos, existe uma resposta aparente, captada pelos sentidos, que atende adequadamente aos impulsos primitivos do id. Sendo que essa resposta, invariavelmente, atende ao conforto imediato do individuo, trazendo tranqüilidade momentânea, pois como podemos ver tem como alicerce uma estrutura frágil, constituída de elementos advindos do exterior. Não querendo generalizar, é evidente que elementos externos muitas vezes são necessários e importantes para a construção do mundo interno, porém, a única ferramenta genuinamente eficiente para solucionar problemas de ordem individual é a reflexão e desenvolvimento de raciocínio através dos próprios ideais. Buscando conhecer-se melhor, um indivíduo estará lidando diretamente com as particularidades de seu ego, responsável por intermediar na relação entre o id e superego. Os estímulos externos são importantes, mas o que é real é sua interpretação acerca dos mesmos e não a percepção em si. Assim, ao considerarmos uma situação complicada, decisões precipitadas geralmente são induzidas por influencias externas e levam a um crescimento do problema, que poderá ressurgir com mais força no futuro, mesmo que agora pareça ter sido resolvido. É preciso paciência para entender, e crescer com o aprendizado. É preciso cautela para não agir pelos impulsos ou sob uma forte emoção e para não cair na tentação de escolher o atalho, aparentemente mais fácil. Quando digo cautela, refiro-me exclusivamente à interação com o outro, pois é preciso agir conforme uma natureza humilde e digna para se ter o respeito dos outros e não simplesmente criticar de cara feia todas as mazelas que vê no próximo. Dessa forma, é preciso sim arriscar na vida e tentar todas as alternativas, e mesmo quando estiver sozinho ou com a oposição do mundo é preciso persistir na sua crença, para colocar sua idéia ou vontade em prática. De dentro da caixa de Pandora, como diz a lenda, saiu enorme diversidade, no entanto, lá permaneceu a esperança. A esperança é a última que morre já dizia o velho ditado. Mas em minhas poucas experiências percebo que a esperança em si é algo ainda muito pequeno, embora fundamental. A esperança é como uma tênue luz no horizonte, ou um oásis que some no deserto, ou seja, uma perspectiva de uma melhora que possa ocorrer, mas sem uma efetiva garantia ou fé. Na verdade, o desejo de abrir a caixa, a principio foi a mola propulsora do ato proibido. E este desejo certamente veio da curiosidade. Portanto meus amigos é preciso perceber que a verdadeira mola propulsora das nossas vidas é o desejo de ser alguém, ter e fazer o que mais agrada, isto é, a caixa de pandora é uma gigantesca ilusão de que as nossas reais necessidades possam estar contidas em um invólucro externo ao nosso ser. Concluindo, não busque lá fora o que você já tem por direito, explore seu mundo e encontrará as respostas certas e quando efetivamente fizer isso, poderá contribuir com o crescimento de todos, fornecendo o seu inestimável e próprio tesouro, que soube cultivar e explorar com maestria.

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